29 de junho de 2011

Sustentabilidade um caminho a seguir

Há muitos anos, venho trabalhando sobre a crise de civilização que se abateu perigosamente sobre a humanidade. Não me contentei com a análise estrutural de suas causas, mas, através de inúmeros escritos, tratei de trabalhar positivamente as saidas possíveis em termos de valores e princípios que confiram real sustentatibilidade ao mundo que deverá vir. Ajudou-me muito, minha paricipação na elaboração da Carta da Terra, a meu ver, um dos documentos mais inspiradores para a presente crise. Esta afirma:”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”.

Dois valores, entre outros, considero axiais, para esse novo começo: a sustentabilidade e o cuidado.

A sustentabilidade, já abordada no artigo anterior, significa o uso racional dos recursos escassos da Terra, sem prejudicar o capital natural, mantido em condições de sua reprodução, em vista ainda ao atendimento das necessidades das gerações futuras que também têm direito a um planeta habitável.

Trata-se de uma diligência que envolve um tipo de economia respeitadora dos limites de cada ecossistema e da própria Terra, de uma sociedade que busca a equidade e a justiça social mundial e de um meio ambiente suficientemente preservado para atender as demandas humanas.

Como se pode inferir, a sustentabilidadae alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa. Fundamentalmente importa garantir as condições físico-químicas e ecológicas que sustentam a produção e a reprodução da vida e da civilização. O que, na verdade, estamos constatando, com clareza crescente, é que o nosso estilo de vida, hoje mundializado, não possui suficiente sustentabildade. É demasiado hostil à vida e deixa de fora grande parte da humanidade. Reina uma perversa injustiça social mundial com suas terríveis sequelas, fato geralmente esquecido quando se aborda o tema do aquecimento globl.

A outra categoria, tão importante quanto a da sustentabilidade, é o cuidado, sobre o qual temos escrito vários estudos. O cuidado representa uma relação amorosa, respeitosa e não agressiva para com a realidade e por isso não destrutiva. Ela pressupõe que os seres humanos são parte da natureza e membros da comunidade biótica e cósmica com a responsabilidade de protege-la, regenerá-la e cuidá-la. Mais que uma técnica, o cuidado é uma arte, um paradigma novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os humanos.

Se a sustentabilidade representa o lado mais objetivo, ambiental, econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua distribuição, o cuidado denota mais seu lado subjetivo: as atitudes, os valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo sem os quais a própria sustentabilidade não acontece ou não se garante a médio e longo prazo.

Sustentabilidade e cuidado devem ser assumidos conjutamente para impedir que a crise se transforme em tragédia e para conferir eficácia às praticas que visam a fundar um novo paradigma de convivência ser-humano-vida-Terra. A crise atual, com as severas ameaças que globalmente pesam sobre todos, coloca uma improstergável indagação filosófica: que tipo de seres somos, ora capazes de depredar a natureza e de por em risco a própria sobrevivência como espécie e ora de cuidar e de responsabilizar-nos pelo futuro comum? Qual, enfim, é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão? Não seria a de sermos os guardiães e e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregaram que é esse Planeta, vivo, que se autoregula, de cujo útero todos nós nascemos?

É aqui que, novamente, se recorre ao cuidado como uma possível definição operativa e essencial do ser humano. Ele inclui um certo modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determinada práxis, preservadora da natureza. Não sem razão, uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade e que culmina em Heidegger e em Winnicott defina a natureza do ser humano como um ser de cuidado. Sem o cuidado essencial ele não estaria aqui nem o mundo que o rodeia. Sustentabilidade e cuidado, juntos, nos mostram um caminho a seguir.

* Leonardo Boff é teólogo e autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, entre eles "Nossa Ressurreição na Morte" (Vozes, 2007). A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.Voltar

Santa Clara

Infância e Juventude

Século XII, Assis, na Itália. Nasce Clara Favorone, filha de Hortolona e Favarone, uma família considerada nobre na sociedade local. Acredita-se que a data mais precisa de seu nascimento é 1194 (embora há historiadores que apontem o ano de 1193), em plena Idade Média, marcada pelo desmoronamento do sistema feudal e o crescimento do comércio.

Como filha primogênita, natural que sua mãe Hortolona temesse pela gravidez e, principalmente, pelo parto. Extremamente religiosa, ela sempre pedia um bom parto em suas orações, quando, um dia, ouviu uma voz que lhe dizia: "Não temas, mulher, porque terás um parto normal e a luz daquela que vai nascer resplandecerá com mais claridade que um dia de sol". Por esse motivo, no Batismo, deu o nome de Clara.

A menina Clara cresceu num ambiente de nobreza e fartura, pois segundo o biógrafo Tomás de Celano, o pai era militar e a família, dos dois lados, de cavaleiros. Seu pai, Favarone, filho de Ofredúcio e neto de Bernardino, morava com os irmãos em uma bela e grandiosa casa, que a família possuía junto à Catedral de Assis havia mais de cinqüenta anos, embora eles também eram proprietários rurais, com castelos nas redondezas. Mas Clara também teve o suporte da fé. Sua mãe não se descuidou de educá-la para ações mais nobres ainda, principalmente fazendo piedade e caridade com o mais necessitados.

É Celano quem fala: "Estendia a mão com prazer para os pobres e, da abundância de sua casa, supria a indigência de muitos". Nesse período da Idade Média, o dinheiro foi se tornando um novo rei. Os pobres e os doentes, aqueles que não podiam subir na escala social, eram marginalizados.

Celano lembra bem que, mesmo vivendo em um ambiente de riqueza e ostentação, Clara compreendia que as aparências e os adornos mundanos podiam ser enganosos. "Foi compreendendo que as coisas da terra, por mais belas que fossem, não podiam prender seu coração".

É bom lembrar que a cultura cavalheiresca foi a primeira da Idade Média a ser elaborada por leigos e não por clérigos e tinha uma proposta de como deviam ser educadas as mulheres para serem agradáveis, discretas, piedosas, vindo a ser gentis esposas e mães de família. Tinham, enfim, que cuidar da boa fama e, as nobres, tinham uma vida bastante reclusa, enquanto as outras participavam dos negócios dos maridos, da luta diária para manter a família e para construir a civilização da cidade.

27 de junho de 2011





Uma experiência em Assis... A Igrejinha de

São Damião

Assis é uma cidade Medieval, como perfume das flores que enfeitam este lugar tão belo. Por aqui, visitantes de quase todos os lugares do mundo. A experiência de Assis quer ser este peregrinar por onde passou São Francisco, Clara e seus companheiros:

grutas, bosques, lugares, praças e eremitérios. A Igrejinha fica em Assis, construída entre o século VIII e IX sobre os restos de um antigo edifício, estava em precário estado, quando Francisco a restaurou, atendendo a ordem do crucifixo: “vai, Francisco, e restaura a minha igreja que, como vês, está em ruínas” (1206). Ele previu que o lugar haveria de se tornar a morada de Clara e das damas Pobres de São Damião (Clarissas), que viveram aqui de 1211 até 1260.

Aqui, em 1255, Francisco compôs o “Cântico das criaturas”, hino de louvor a Deus, no qual ele se proclama irmão de toda a criação.

Entra-se na igreja pelo lado direito, passando pela Capela de São Jerônimo, considerada parte da primitiva habitação dos frades, que receberam de Francisc

o a tarefa de dar assistência à comunidade das Clarissas. Entre 1517 e 1552, Tibério de Assis pintou ali um afresco da Virgem no trono, com os Santos.

Passa-se para a capela a Capela do Crucifixo, que guard

a uma escultura de madeira de 1637, obra de frei Inocêncio de Palermo. Mesmo na dolorosa agonia, a face de Jesus revela serenidade divina e desperta uma comovida participação na sua dor redentora.

O interior da igrejinha nos convida a uma profunda oração, no fundo a esquerda, a janelinha pela qual jogou o dinheiro obtido com a venda de tecidos para res

taurar a igreja.

Saindo do Claustro, no fim das arcadas, à esquerda, chega-se a um pontilhão, de onde se tem uma bela visão do jardim do Cântico. São Francisco passou mais de cinquenta dias em São Damião, sem poder suportar a luz do sol durante o dia nem a do fogo durante a

noite. Permanecia constantemente na obscuridade, no interior da sua cela. Jesus lhe disse em espírito: “Francisco, alegra-te e rejubila em meio a teus sofrimentos e tribulações - de hoje em diante vive em paz, como se já participasses do meu reino”. Francisco, pois cheio de alegria, disse: “Altíssimo, Onipotente, bom Senhor...” (Legenda Perusina, 43).

O lugar de Clara está marcado por uma cruz e por flore

s. Ao lado do refeitório, no corredor do claustro, afrescos de Eusébio de Perusa (1507): a Anunciação e São Francisco recebendo as Chagas.

Sobre o refeitório, não acessível ao público, a enfermaria do antigo mosteiro. A cela onde morreu Inês, irmã de Clara, foi trans formada em oratório para a oração e adoração.

Passamos pelo oratório e dormitório de Sa

nta Clara. Do alto, ainda a vista para o claustro, simples e harmonioso é um ambiente de paz. No claustro encontra-se a Galeria do Cântico, que promove m

ostras de artes gráfica e figurativa de autores que se inspiram no cântico franciscano.

Texto: Frei Erivan Araújo de Souza, OFMCap

Fonte: Jornal “O Caminho - partilhando vidas”


20 de junho de 2011

24 de Junho Natividade de São João Batista

Assim surgiu a Festa de São João


Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se.
Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora, então, perguntou-lhe:
- Como poderei saber do nascimento do garoto?
- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa.
Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.
Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…
E, por falar nisso, também gostaria de contar porque existem essas bombas para alegrar os festejos de São João.
Pois bem, antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste, porque não tinha um filhinho para brincar.
Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias ia ser pai.
A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz, emudeceu até o filho nascer.
No dia do nascimento, mostraram-lhe o menino e perguntaram como desejava que se chamasse.
Zacarias fez grande esforço e, por fim, conseguiu dizer:
- João!
Desse instante em diante, Zacarias voltou a falar.
Todos ficaram alegres e foi um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados.
Lá estava o velho Zacarias, olhando, orgulhoso, o filhinho lindo que tinha…
Foi então que inventaram as bombinhas de fazer barulho, tão apreciadas pelas crianças, durante os festejos juninos.

Postado por : Tiago Bispo da Silva
Fraternidade Sementes da Paz
Itabuna - Bahia

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